Não é porque existe uma condição mental, ou orgânica severa que esta não poderá ser tratada com métodos alternativos
Sendo a Esquizofrenia uma condição de múltiplas causas, mas com bons resultados através da investigação de seus fatores causais, destacam-se aqui, os fatores relativos às disposições biomoleculares, particularmente notabilizando-se a alteração da permeabilidade intestinal e também da BHE, ou Barreira Hemato Encefálica.
Vamos ver nesse artigo como ocorre o intricado papel de vários suplementos e suas respectivas atuações, tanto ao nível orgânico, como ao nível cerebral, que dão sustentabilidade a Esquizofrenia com Tratamentos naturais, através também do diagnóstico complementar . Saberemos também, como ocorre essa atuação e suas melhores indicações a cada situação.
A esquizofrenia é um transtorno mental e comportamental crônico caracterizado por conjuntos de sintomas incluindo:
alucinações, delírios, pensamentos desorganizados e retraimento social.
Uma interação complexa de fatores genéticos, nutricionais, microbianos e ambientais contribuem para a esquizofrenia (Eyles, 2021). Vários neurotransmissores, como dopamina, ácido gama aminobutírico (GABA) e glutamato, serotonina e noradrenalina, desempenham um papel importante na esquizofrenia (Prestwood et al., 2021).
Além disso, a esquizofrenia também resulta da interação de neuroinflamação, estresse oxidativo, alterando vias de sinalização celular (Brown e Susser, 2002).
Por outro lado, gripe, rubéola, citomegalovírus, Toxoplasma gondii, vírus herpes simplex 1 e 2 e vírus da poliomielite podem predispor os indivíduos a esquizofrenia, sendo verificáveis em consulta a participação de cada agente infectante e seu respectivo tratamento.
Os sintomas positivos, incluindo alucinações e delírios, são a principal característica desta síndrome.
Os sintomas negativos incluem incapacidade de expressar emoções e apatia.
Problemas cognitivos surgem antes do aparecimento da psicose e podem atuar como melhor preditor da doença (Dienel e Lewis, 2019). Ao contrário de outras doenças degenerativas, o seu início ocorre durante o início da idade adulta ou no final da adolescência (An der Heiden e Häfner, 2000).
A predisposição à esquizofrenia também aumenta o risco de outras doenças cerebrais como doença de Parkinson, autismo, doença de Alzheimer e esclerose múltipla (Brown, 2012).
Complicações obstétricas, incluindo baixo peso ao nascer, parto prematuro, incompatibilidade Rh, reanimação no momento do parto, deficiência nutricional do feto e cesariana de emergência têm sido fortemente correlacionadas com a doença (Kyle e Pichard, 2006; StClair et al., 2005). Também tem mostrado papel significativo na patogênese, bem como na progressão da
doença, por consequências, após a infecção materna, pois há um aumento na ativação anormal do sistema imunológico predispondo a esquizofrenia (Kokkinou et al., 2021).
Etiopatogenia segundo os Neurotransmissores:
É principalmente caracterizado por defeitos nas vias dos Neurotransmissores: dopamina, glutamato, colina e serotonina.
Mas, fatores genéticos e ambientais, infecções pré-natais, estresse oxidativo, ativação do sistema imunológico e inflamação também estão relacionados com sua etiopatogenia.
Os fatores nutricionais, também estão envolvidos e podem contribuir para a esquizofrenia, incluindo: a ingestão contínua de dietas ricas em gordura e açúcar e a deficiência de vitaminas D, B3, B6, B9 e B12, entre outros.
A hipoestimulação do receptor D1 no hipocampo causa sintomas negativos, isto é, com tendência fortemente depressiva e ainda outras manifestações cognitivas. Enquanto que a hiperestimulação do receptor D2 da dopamina causa sintomas positivos, isto é, manifestações de delírio e alucinações, pelo hiperestímulo nas regiões subcorticais (Davis et al., 1991).
A sinalização anormal da dopamina no corpo estriado é responsável pelo aumento dos sintomas positivos e negativos e pelo declínio da cognição na esquizofrenia. O estriado principalmente associativo atua como um centro integrativo que muda a comunicação entre as regiões límbica e motora na esquizofrenia e a sinalização anômala da dopamina no corpo estriado associativo afeta negativamente as funções integrativas, a conectividade entre o corpo estriado e o córtex, interrompendo a entrada cortical das regiões emocionais cognitivas e motoras.
Uma quantidade aumentada de ROS e RNS satura a capacidade dos antioxidantes como a glutationa, que os neutralizam para causar estresse oxidativos. Já os inflamassomos, após a formação, podem estimular a produção de interleucinas 18 e 1 Beta que afetam negativamente a micróglia, macrófagos e astrócitos. As interleucinas também interagem com as citocinas. Além disso, há resposta variável aos tratamentos anti-esquizofrênicos nos pacientes. Um aumento na IL-6 está associada a resposta retardada, pois a resistência ao tratamento está associada ao nível elevado do receptor de interleucina 6 e do receptor ao fator de necrose tumoral (TNFR). Além disso, o estresse pode aumentar as citocinas pró-inflamatórias, levando a esquizofrenia (Müller e Bechter, 2013).
Tradicionalmente, pensa-se que o cérebro está protegido imunologicamente para várias doenças humanas, incluindo a esquizofrenia, mas
estudos recentes demonstraram uma interação complexa entre o cérebro, a inflamação sistêmica, a disbiose intestinal e o sistema imunitário, alterando o humor e o comportamento.
Também existem alterações no equilíbrio hormonal com opção de tratamento para esquizofrenia: estudos apontam para o papel protetor do estrogênio contra esquizofrenia, e ensaios clínicos recentes validaram a utilidade do estradiol no tratamento da doença. Já a oxitocina e a vasopressina tem sido implicados na etiologia da doença e a abordagem antagônica contra os receptores V1A da vasopressina pode proporcionar uma oportunidade ao tratamento da esquizofrenia.
Esquizofrenia e Tratamentos naturais:
Enfim, o tratamento da esquizofrenia que geralmente é realizado com antipsicóticos típicos e atípicos, produz benefícios modestos com uma diversidade de efeitos colaterais.
Por outro lado, os fitoquímicos que exibem atividade anti-esquizofrênica podem ser utilizados, principalmente flavonóides, polifenóis, alcalóides, terpenóides, terpenos, polipropanóides, lactonas e glicosídeos. No entanto, o que vale é o conjunto de potenciais manifestações terapêuticas de cada planta a cada indivíduo, o que não se correlaciona diretamente com a presença ou ausência de um determinado princípio ativo. Lembrando também, que a maior parte das ações terapêuticas de plantas ao nível mental está mais relacionado a suas ações energéticas e globais, podendo então serem indicadas de acordo com a avaliação dada em consulta a cada caso e cada pessoa.
Além disso são indicados suplementos e alimentos, conforme citados anteriormente.
Tratamentos complementares
A depender de cada caso podemos também utilizar técnicas de reprogramação interna, onde a pessoa terá a oportunidade de auto-gerenciar seu estado emocional.
Referências:
J.-H. Lee et al.Roles of indole as an interspecies and interkingdom signaling moleculeTrends Microbiol (2015)
D.J. Gracie et al. The influence of the brain–gut axis in inflammatory bowel disease and possible implications for treatment Lancet Gastroenterol Hepatol (2019)
S. Nikolaus et al. Increased tryptophan metabolism is associated with activity of inflammatory bowel diseases Gastroenterology (2017)
J.R. Kelly et al. Transferring the blues: depression-associated gut microbiota induces neurobehavioural changes in the rat J Psychiatr Res (2016)
C.S. Biskup et al. Effects of acute tryptophan depletion on brain serotonin function and concentrations of dopamine and norepinephrine in C57BL/6J and BALB/cJ Mice PLoS One (2012)
P.J. Kennedy et al.Kynurenine pathway metabolism and the microbiota-gut-brain axis Neuropharmacology (2017)
- https://pt.slideshare.net/slideshow/the-integrative-medicine-treatment-of-schizophrenia/80737300#4
Acesso 8-7-2024 23:30hs
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